O impacto da tarifa Trump no PIB brasileiro: quando um tarifaço vira risco sistêmico

Por HLB Brasil

Reforma tributária

Quando o Brasil exporta, não está apenas movimentando navios e contêineres, está girando a economia, sustentando cadeias produtivas e, principalmente, gerando empregos. Por isso, a decisão recente do governo norte-americano de impor uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros acende um sinal de alerta que vai muito além das relações diplomáticas: ela coloca em risco quase R$ 175 bilhões do nosso PIB nos próximos 10 anos e pode eliminar 1,3 milhão de empregos no país, segundo dados da FIEMG - Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais.

E se o Brasil decidir responder na mesma moeda, com uma retaliação equivalente? A conta pode sair ainda mais cara: uma perda de até R$ 259 bilhões no PIB, queda de arrecadação e quase 2 milhões de empregos em risco. Não é exagero dizer que estamos diante de um dos maiores entraves comerciais da década, e ele chega num momento em que o país ainda lida com juros altos, crédito restrito e uma recuperação econômica cheia de obstáculos.

Muito mais do que exportação

A relação com os EUA vai além de volume: 12% de tudo o que exportamos vai para lá, com destaque para produtos de alto valor agregado como aeronaves, eletroeletrônicos e máquinas. Isso significa que uma barreira tarifária como essa não afeta só quem produz, mas quem emprega, transporta, fornece e consome.

Setores como agronegócio, siderurgia e indústria de transformação, que puxam a engrenagem econômica de regiões inteiras, são os primeiros na linha de impacto. O resultado? Um efeito dominó que atinge desde o grande exportador até o pequeno fornecedor local, com potencial de travar investimentos, reduzir a produção e, pior, agravar o desemprego em áreas já fragilizadas.

Diplomacia ou retaliação?

O dilema é real: responder com a mesma intensidade pode parecer firme, mas também traz riscos inflacionários, redução do crédito e instabilidade econômica. Não à toa, o governo brasileiro tem apostado na diplomacia como o caminho mais estratégico. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o país não pretende abandonar a mesa de negociação, e faz bem. Em um cenário global cada vez mais instável, preservar pontes pode ser mais inteligente do que erguê-las com arame farpado.

A volatilidade do comércio internacional exige atenção redobrada das empresas brasileiras, principalmente aquelas com operações ou parcerias no exterior. Na HLB Brasil, nosso time acompanha de perto os desdobramentos da política econômica global e está pronto para oferecer orientação estratégica e suporte técnico em temas como precificação internacional, planejamento tributário, reorganização de cadeias de suprimento e compliance aduaneiro.

Porque em tempos de tarifaço, quem tem informação e estratégia sai na frente.