O que esperar do Banco Central após início da flexibilização monetária

Por Marcelo Fonseca

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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC) adotou uma medida de grande relevância ao reduzir, pela primeira vez em três anos, a taxa básica de juros do país, conhecida como Selic, em 0,50 ponto percentual. Dessa forma, a taxa agora é ajustada de 13,75% para 13,25% ao ano, alcançando o patamar mais elevado desde janeiro de 2017, quando estava fixada em 13%.

Esta decisão emerge em meio a uma crescente expectativa tanto no mercado quanto no governo, acerca do início de um ciclo de afrouxamento monetário que se desenha.

Segundo o comunicado emitido pelo Banco Central, dentre os nove membros que compõem o Comitê, cinco se posicionaram a favor do corte de 0,50 ponto percentual, incluindo o presidente da instituição, Roberto Campos Neto.

O Comitê revelou que houve uma consideração acerca de uma redução de 0,25 ponto percentual. Entretanto, a decisão final foi pautada pela perspectiva de um declínio mais acentuado, com a taxa sendo diminuída em 0,50 ponto percentual, justificado pela melhora observada no cenário inflacionário.

No comunicado, foi ressaltado o compromisso firme de manter uma política monetária contracionista, visando a reancoragem das expectativas e a convergência da inflação à meta estipulada.

China e Estados Unidos

O Banco Central agora observa atentamente a economia chinesa que apresenta sinais de desaceleração e que passa por uma crise em seu setor imobiliário. Nos Estados Unidos, preocupações com as contas públicas acabam por afetar os rendimentos dos títulos daquele país elevando seus rendimentos, o que coloca pressão sobre os emergentes por conta do aumento do diferencial das taxas de juros entre os países, com impacto negativo sobre a taxa de câmbio brasileira.

Front interno

Apesar da aprovação do arcabouço fiscal ainda permanecem dúvidas quanto a entrega do resultado primário prometido. O mercado observará de perto a evolução das contas públicas nacionais, repercutindo no valor dos ativos locais e eventuais desvios na rota prometida pelo governo.

COPOM

O Copom estará atento ao desenrolar dos assuntos externos e sobretudo acompanhará de perto a questão fiscal, sem perder o foco nos índices de inflação. Este quadro geral sugere que os próximos movimentos da taxa SELIC serão marcados pela parcimônia.




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