Pedidos de recuperação judicial aumentam nos últimos meses

Por Andre Bueno

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As empresas, particularmente dos segmentos de comércio e indústria ainda estão sentindo os efeitos da pandemia da Covid-19 e os resultados de quase um ano e sete meses de crise sanitária, social e financeira. Ainda que estejamos em uma fase de retomada gradual das atividades, motivada pelo avanço da imunização da população, estes setores ainda sentem os efeitos das medidas de restrição e quarentena, vividos no ano passado, no presente, e, muito provavelmente, durante os próximos meses.

Embasando esse cenário, a última pesquisa realizada pelo Indicador de Falências e Recuperação Judicial da Serasa Experian aponta um aumento recorde de pedidos de recuperação judicial no mês de agosto – apresentando um crescimento de 50% em relação a julho. Os dados ainda informam que 43,2% foram solicitadas por segmentos do comércio. Ainda que tenha havido uma migração e aumento das vendas por e-commerce, os pequenos lojistas não conseguiram rentabilizar sua operação neste modelo.

Os mais atingidos foram as micro e pequenas empresas que ocupam a primeira posição nos pedidos e totalizando 71%. O setor sofreu ainda mais durante esse período por ter que manter suas atividades e muitas vezes financiando a operação com capital próprio, consumindo reservas e sem receber retorno financeiro suficiente. Mesmo as linhas de crédito e medidas de estímulo a atividade econômica implementada pelos governos estaduais e federal não foi suficiente para garantir a saúde financeira destes empreendedores.

Grandes empresas ainda conseguiram manter as suas atividades, porém, do mesmo modo dos microempreendedores, o acúmulo de dívidas durante esse período resultou em um impacto na capacidade de geração de caixa e capacidade de pagamento destas empresas – o que já era esperado. Por isso, o pedido de recuperação judicial é uma ferramenta utilizada como uma forma de preservar a operação da empresa, reescalonar dívidas e buscar readequadar o fluxo de caixa de acordo com a capacidade de pagamento e, por fim, evitar que essas empresas passem por situações mais complicadas e cheguem a decretar falência.

Ainda sobre os dados divulgados pela Serasa Experian, os segmentos de negócios de médio e grande porte ocupam a segunda e a terceira posição nos pedidos de recuperação judicial, respectivamente. Dentro desses números, o setor de serviços realizou 60 solicitações durante o pedido analisado para a pesquisa, pela indústria foram 19 e o comércio 16 pedidos.

Pedidos de falência caíram 0,05% em agosto em comparação ao mês anterior, ao todo, foram 95 requisições.

Em entrevista à Agência Brasil, o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, alegou que esse aumento está ligado também aos últimos aspectos financeiros e políticos que atingiram o país nos últimos meses. De acordo com ele, “ o crescimento expressivo das requisições está ligado diretamente aos riscos econômicos que vêm se elevando desde o início de agosto no país. As questões políticas, a crise hídrica e o aumento da inflação passaram a afetar negativamente a saúde financeira dos consumidores, o que prejudica, principalmente, os negócios do segmento de comércio e as micro e pequenas empresas, que ainda estavam se reerguendo com o relaxamento das medidas restritivas”.

Ainda que o processo de recuperação judicial ou extrajudicial seja bastante utilizado, o ideal é que, à medida que os empresários percebam que seus negócios perderam receita, rentabilidade e que isso possa afetar a capacidade de pagamento de suas obrigações, é recomendável que já se implemente um processo de conversas e negociações com credores, de forma amigável e trazendo todos os stakeholders para a mesa para criar uma solução pragmática e que atenda os interesses de todos.

Um processo de recuperação judicial provoca cicatrizes e feridas, tanto na empresa que entra com o pedido, quanto os credores, que se veem obrigados a concordar com um desconto sobre a dívida e também com um prazo dilatado para o pagamento. Então deve-se entender os prós e contras de um processo desse e o impacto na comunidade de stakeholders.

Para buscar a reconstrução de empresas durante esse período de retomada e auxiliar para evitar que medidas mais drásticas ocorram, a HLB Brasil possui uma linha de serviços voltada para reestruturação empresarial com profissionais experientes com vivência em processos de reestruturação e administração judicial. Por meio de metodologia adequada, identificamos as necessidades de curto prazo e focamos em ações para estabilizar a empresa com dificuldades financeiras criando alternativas para sua retomada.

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