Após reunião, Copom mantém Selic em 13,75% ao ano

Por Marcelo Fonseca

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Em meio a alta de inflação em diversos países, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter a taxa Selic em 13,75% ao ano – índice em vigor desde o início de agosto e, antes disso, elevada 12 vezes consecutivas desde março de 2021.

Entretanto, a discussão para chegar à decisão não foi unânime, com sete dos nove membros do comitê votando pela manutenção do patamar e dois com votos para uma “elevação residual” de 0,25 ponto percentual, o que poderia elevar a taxa para 14%.

O resultado já era esperado por parte dos especialistas do mercado financeiro que também analisam que a taxa Selic deve permanecer neste patamar até junho de 2023 com expectativas de redução para 11,25% ao final deste mesmo ano.

A manutenção em 13,75% foi possível pelo pequeno alívio dos dois últimos meses de deflação registrados desde a última reunião, pela influência da redução de impostos sobre energia e combustíveis. Entretanto, em seu comunicado oficial, o Banco Central enfatizou que os próximos passos da política monetária poderão ser ajustados e que o Copom não hesitará em retomar o ciclo de ajustes caso seja necessário.

O comunicado do COPOM salienta que “o Comitê se manterá vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período suficientemente prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação”. A tarefa do BC é especialmente delicada tendo em vista que as autoridades monetárias ao redor do mundo estão combatendo a inflação em meio a um ambiente de crise energética e recuo da atividade econômica. Portanto, a atenção do BC também está voltada para as condições financeiras e o preço dos ativos, sem perder de vista o cenário fiscal brasileiro.

A autoridade monetária está correta também em buscar a convergência para a inflação para o ano de 2023 e 2024. Não faria sentido impor um grande sacrifício à economia brasileira em termos de produto ao buscar a convergência para a meta em prazo curto, importa que a queda seja monotônica ao longo do tempo, tendo em vista que se trata de inflação com raízes na demanda e na oferta.






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