Empresas brasileiras estão preparadas para lidar com ciberataques?

Empresas estão sofrendo com o alto índice de ciberataques nos últimos tempos, levantando a preocupação para questões sobre como fortificar a segurança de dados empresariais e se as organizações estão realmente preparadas para os novos tempos do mundo digital e o trabalho híbrido – que veio para ficar.

De acordo com pesquisa divulgada pela Check Point Research (CRP) – divisão de Inteligência em Ameaças da Check Point Software Technologies e monitoramento de dados para prevenção de ameaças – a média de empresas atacadas em geral por semana no mundo aumentou 40% em 2021 em comparação ao ano passado. O Brasil possui um número consideravelmente maior, apresentando um crescimento de 62%. Para exemplificar esses dados com casos famosos, no último mês, grandes empresas no país foram vítimas de ataques de cibercriminosos e tiveram instabilidade em seus sistemas e produção interrompida, entre elas a empresa de call center Atento, a seguradora Porto Seguro e a agência de viagens CVC.

As transformações no método de trabalho geraram preocupações maiores para empresas e profissionais de TI. Isso porque, anteriormente, a principal necessidade de fortificar os sistemas organizacionais era para evitar alguma falha interna ocasionada por erro humano – entretanto, toda a estrutura organizacional deve se preocupar com um novo vilão que, na maioria das vezes, atua de maneira silenciosa.

Ainda de acordo com a pesquisa divulgada pela CRP, os setores que mais sofreram com ataques ao redor do mundo foram Educação e Pesquisa (aumento de 60%), Governo/Militar (aumento de 40%) e o setor de Saúde (aumento de 55%). Além disso, a inteligência também constatou que em 2021, empresas atacadas por ransomware cresceu em 9% em relação a 2020.

Consequências dos ataques cibernéticos

Passar por esse tipo de situação pode trazer riscos sérios para as empresas, como perda de faturamento por ter que interromper suas atividades, vazamento de dados críticos que podem levar a fraudes, além de prejudicar a confiança que clientes podem depositar nas empresas.

O Índice Global de Proteção de Dados (GDPI) da edição de 2021, realizado pela Dell Technologies e divulgado em outubro, aponta que três a cada quatros (76%) empresas no Brasil não acreditam que podem recuperar seus dados essenciais de negócios em um ataque cibernético.

Os dados brasileiros são mais expressivos que a média global, apontando que 67% das empresas não têm confiança de que seus dados sejam recuperados. Essas informações abrem um alerta sobre a preparação e os meios disponíveis para as empresas fortificarem a segurança de dados e o que leva as organizações brasileiras estarem mais suscetíveis a ataques.

No relatório divulgado pela Dell Technologies, 72% dos entrevistados acreditam que seus ambientes não estão suficientemente preparados para lidar com malware e ransomware. De acordo com o diretor de Vendas para Soluções de Proteção de Dados da empresa, Wellington Menegasso, essas informações já apareceram nas últimas três edições da pesquisa – o que demonstra que as dificuldades vêm antes da pandemia, mas foram intensificadas com o home office.

Líderes de TI revelam na pesquisa (74%) que os riscos de perda de dados aumentaram na pandemia devido ao trabalho remoto – 60% apontam que o uso de tecnologia como aplicativos de armazenamento em nuvem e inteligência artificial são fatores que potencializaram os riscos.

Esses criminosos aproveitam qualquer oportunidade e vulnerabilidade para invadir sistemas. Estudo da Psafe – especialista em segurança digital – identificou que 98% de 2.400 site corporativos brasileiros analisados possuem risco médio de sofrer um ciberataque, 90% dos endereços apresentam risco leve de invasão, 25% têm risco alto e 2% crítico.

A proteção deve ser aplicada em todos os mecanismos de comunicação e sistema empresarial, seja interna ou externa. Tomando todos os cuidados e possuindo uma equipe especializada para monitorar os possíveis riscos, os ataques podem ser reduzidos e as consequências podem ser controladas para não ter um impacto negativo para os negócios.

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