Equity crowdfunding: novo modelo para investimentos

Por Marcelo Fonseca

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Em um cenário de transformações com investidores interessados cada vez mais em aplicar seus recursos em negócios inovadores e tecnológicos, startups podem ser uma aposta interessante para elevar a diversificação de investimentos, principalmente com a popularização de plataformas de equity crowdfunding utilizada por investidores interessados em financiar o crescimento de novos negócios em troca de participação nessas empresas.

O aumento do interesse por esse novo modelo de investimentos foi comprovado através do levantamento da plataforma Efund que, com base em dados coletados pela Comissão de Valores Imobiliários (CVM), atestou que os investimentos de crowdfunding aumentaram 140% em 2021, totalizando 116 ofertas realizadas.

Informações da Crowdfunding Capital Advisors indicam que a expansão desses negócios se concentra principalmente no mercado americano, sendo ele o maior do mundo e compondo 40,9% de negociações no último ano.

O crescimento e chegada de novos modelos de negócios comprova as informações levantadas pelo último estudo realizado com líderes empresariais da HLB International que concluiu que “dentro dos próximos 12 meses, o lançamento de novos produtos, a adoção de tecnologias emergentes e investimentos em capital humanos então entre as cinco principais prioridades planejadas para o crescimento entre os líderes empresariais pesquisados. Todas essas ações exigem um alto grau de pensamento inovador”.

O que seria mais transformador e inovador do que investir em startups, modelo de negócios em ascendência que propõem entrega de soluções com base tecnológica, sustentável e conhecida por sobreviver em cenários de risco, justamente por ser adaptável?!

Para que elas cresçam em seus negócios, as startups precisam de capital para financiar sua expansão, sendo normalmente financiadas por fundos de venture capital com uma quantidade considerável de dólares em caixa e recursos captados por grandes investidores. Com o crowdfunding, existe a possibilidade para que pequenos investidores também consigam se juntar e ter acesso a esse mercado.

 Como funciona?

Para que esses investidores consigam participar dos negócios, a startup precisa fazer uma oferta pública por meio de uma plataforma – permitindo com que o investidor adquira participação societária e junte o seu capital ao de outros interessados.

O equity crowdfunding permite que investidores de todos os portes se tornem sócios de negócios desde suas fases iniciais e com a possibilidade de retornos exponenciais durante o crescimento das startups. Caso a empresa se solidifique, a expectativa de lucro gira em torno de cinco a dez vezes o valor do aporte.

Entretanto, investidores devem entrar cientes de que riscos e perda de capital existem, principalmente por serem empresas que ainda não atingiram um estágio de maturidade igual ao de negócios presentes em bolsas de valores. Por isso, é recomendado que investidores não apliquem mais do que 5% do patrimônio nesse tipo de transação, mesmo que startups passem por análises antes de entrarem nessas plataformas de crowdfunding.

Investidores também devem estar atentos a liquidez dos negócios, aspecto essencial para o resgate do valor que foi investido. Isso porque, o lucro só estará aberto para resgate quando acontecer o “evento de liquidez”, como é conhecido pelo mercado e o momento perfeito que o investidor também consegue vender sua participação na startup.

Essa possibilidade pode acontecer de duas formas mais comuns: quando a empresa é adquirida por outro negócio ou quando ela consegue alcançar o estágio de abrir o capital na bolsa. Esse tempo até chegar na “liquidez do mercado” e resgate do lucro, pode levar até quatro anos.

Pelo avanço de investidores nesse novo modelo, algumas mudanças estudadas pela CVM são esperadas para o mercado ainda esse ano, como diminuir o tempo de espera entre o investidor de equity crowdfunding e o seu retorno.

Essa melhora pode acontecer através do desenvolvimento de um mercado secundário de negociação das participações societárias, semelhante a uma “bolsa de startups” – possibilitando que o investidor consiga vender a sua participação sem ter que carregar o investimento para uma fusão ou uma oferta pública de ações.

As melhorias aguardadas podem abrir possibilidades ainda maiores de investimento e, consequentemente, impulsionar o mercado.




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