A incerteza global e as perspectivas para a economia brasileira em 2020

Apesar dos dados do Boletim Focus indicarem uma clara retomada, o crescimento econômico ainda será modesto.

Marcelo Fonseca

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De acordo com o último Boletim Focus divulgado dia 03 de fevereiro, a expectativa é de queda na projeção para o IPCA de 2020, de 3,47% para 3,40% e redução também na perspectiva do PIB para o ano, passando de 2,31% para 2,30%. Apesar destes números indicarem uma clara retomada, o crescimento econômico ainda será modesto, o que pode ser atribuído em parte às incertezas do cenário global.

Apesar dos esforços do governo brasileiro em atrair investimentos estrangeiros e promover o crescimento econômico através de estímulos ao seu alcance, como a redução da taxa básica de juros, bem como a aprovação das reformas da previdência, trabalhista, as discussões em torno de uma reforma tributária e até o interesse em integrar a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), os reflexos da instabilidade econômica global tem puxado nossos índices para avanços menores do que o esperado em 2019.

De acordo com pesquisa da HLB International, divulgada em janeiro de 2020, a incerteza econômica global é a principal preocupação dos líderes empresariais em 2020 (68% responderam que temem que a incerteza econômica global afete seus negócios e 46% acreditam que o crescimento econômico global deve diminuir este ano). Isto provavelmente puxado pela incerteza do mercado sobre os rumos da guerra comercial entre China e EUA, além das dúvidas sobre como ficará a comunidade europeia depois do Brexit.

Mas, esta última queda nas estimativas também pode refletir a principal preocupação para a economia global no momento, o Coronavírus que, apesar das ações rápidas de contenção que estão sendo feitas não somente na China como em vários países, já está ocasionando quedas em bolsas de valores ao redor no mundo, queda no preço de commodities e expectativa de queda nos investimentos externos. Um ponto de alta preocupação para o Brasil, uma vez que a China é o principal parceiro comercial do Brasil e nós, somos o quarto país que mais recebe investimos chineses. Ou seja, a queda do crescimento econômico chinês, que vem diminuindo sua velocidade ao longo dos últimos anos, pode impactar diretamente na perspectiva para o crescimento da economia brasileira.

Agora é aguardar e torcer para que a criação da vacina prometida pelo governo chinês possa conter a instabilidade econômica global e possamos ter cenários mais favoráveis para o segundo semestre deste ano.

*Marcelo Fonseca é economista e sócio da HLB Brasil.




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